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Autismo na vida adulta: desafios para qualidade de vida

O autismo adulto ainda é um tema pouco discutido, mas sua compreensão é fundamental para garantir que as pessoas possam viver com mais autonomia e bem-estar. O diagnóstico pode trazer desafios, mas também abre portas para o autoconhecimento e para estratégias que ajudam a lidar melhor com as dificuldades diárias. No Brasil, a falta de dados concretos e a dificuldade de acesso a profissionais especializados ainda são obstáculos, mas o avanço na conscientização pode contribuir para uma sociedade mais inclusiva. O mais importante é entender que cada pessoa autista tem necessidades e habilidades únicas, e que o suporte adequado pode fazer toda a diferença na qualidade de vida.

O que é o autismo na vida adulta?

O transtorno do espectro autista (TEA) é frequentemente associado à infância, mas ele acompanha a pessoa por toda a vida. O diagnóstico tardio é comum, especialmente em adultos que não tiveram acesso a avaliações quando crianças. Estudos indicam que cerca de 1 a 2% da população mundial está no espectro autista, e no Brasil, estima-se que haja mais de 2 milhões de autistas, muitos dos quais ainda sem diagnóstico.

Vamos conhecer os desafios enfrentados por adultos autistas:

  1. Dificuldades na comunicação e interação social
  • Dificuldade em entender expressões faciais e linguagem corporal.
  • Desafios na manutenção de conversas e no entendimento de normas sociais implícitas.
  • Sensação de isolamento e dificuldade em criar vínculos.
  1. Sensibilidade sensorial aumentada
  • Reações intensas a sons, luzes, cheiros e texturas.
  • Dificuldade em ambientes com excesso de estímulos, como escritórios movimentados ou supermercados lotados.
  1. Desafios no ambiente de trabalho
  • Dificuldade com mudanças na rotina e com exigências de flexibilidade.
  • Problemas para interpretar críticas e expectativas implícitas no ambiente profissional.
  • Necessidade de acomodações para melhorar a produtividade e o bem-estar.
  • No Brasil, apenas cerca de 15% dos adultos autistas estão empregados formalmente, evidenciando a necessidade de maior inclusão no mercado de trabalho.
  1. Saúde mental e emocional
  • Maior propensão à ansiedade e depressão.
  • Sensação de esgotamento mental devido ao mascaramento social (esforço para parecer neurotípico).
  • Dificuldade em acessar suporte psicológico adequado.

Qual profissional devo procurar?

O diagnóstico e o tratamento podem ser feitos pelo psiquiatra, que ao longo do progresso pode indicar outros profissionais como terapeuta ocupacional, para trabalhar na adaptação ao ambiente profissional, um fonoaudiólogo, indicado para trabalhar dificuldades de comunicação e interação social e em alguns casos, o neurologista para ajudar a diferenciar o autismo de outras condições neurológicas.

Como é o tratamento?

O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar focada em desenvolver habilidades sociais, lidar com a sobrecarga sensorial e promover a saúde mental. Algumas das principais estratégias incluem:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Auxilia na regulação emocional, no desenvolvimento de habilidades sociais e na redução da ansiedade.
  • Terapia ocupacional: Trabalha com técnicas para melhorar a autonomia no dia a dia e o desempenho profissional.
  • Intervenção sensorial: Estratégias para lidar com a hipersensibilidade a estímulos do ambiente.
  • Medicação: Quando necessário, o uso de medicação pode ser indicado para tratar ansiedade e depressão.
  • Grupos de apoio: O contato com outras pessoas autistas pode proporcionar uma rede de suporte emocional e social.

O autismo na vida adulta ainda enfrenta barreiras como a falta de diagnóstico e a dificuldade de acesso a tratamentos especializados. No entanto, o reconhecimento das necessidades específicas dos adultos autistas e a oferta de suporte adequado podem promover uma vida mais saudável e produtiva. Investir na inclusão social e no apoio profissional é essencial para que cada pessoa no espectro possa viver com mais autonomia e bem-estar.

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